sábado, 22 de outubro de 2011

Robinson Faria rompe com Rosalba Ciarlini e leva junto o chefe de Gabinete Paulo de Tarso


Dizendo que foi "usado e descartado", o vice-governador Robinson Faria (PSD) anunciou na tarde de ontem a entrega de todos os cargos indicados por ele na estrutura do Governo do Estado e de quebra trouxe a reboque de sua decisão o pedido de demissão do secretário chefe do Gabinete Civil, Paulo de Tarso Fernandes, que saiu do cargo em solidariedade ao amigo.
Ao lado de Robinson estavam o deputado federal Fábio Faria e os estaduais Gesane Marinho e José Dias.

O vice-governador abriu mão de indicações na Companhia de Águas e Esgostos do Rio Grande do Norte (Caern), Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) e o Instituto de Gestão de Águas (Igarn).
Na entrevista coletiva concedida em Natal, o vice-governador fez duras críticas à governadora Rosalba Ciarlini (DEM). Ao começar a conversa com os jornalistas, ele demonstrou tristeza por tomar essa decisão justamente no aniversário dos filhos gêmeos e fez um relato sobre os fatos que o levaram a se aliar a demista.
O pessedista afirmou que uma das promessas que o atraiu para a aliança foi a de que com êxito nas urnas em 2010, seria candidato da base do governo ao Senado em 2014. "Carlos Augusto Rosado é o mentor político de Rosalba e ele tem sido vitorioso. Ele, Carlos Augusto, disse que eu seria o candidato a senador de Rosalba em 2014", relatou.
Em seguida, o vice-governador disse ter sido decisivo para que a governadora fosse vitoriosa no primeiro turno. "Foi o marido da governadora Carlos Augusto Rosado quem confirmou isso. Após a eleição, ele foi a minha casa, bebendo um vinho, disse que sabia que a mulher dele só era governadora graças ao grupo de Robinson Faria", acrescentou.
Ele disse ter ficado confiante com a posição tendo em vista que só se tratava de política com o próprio Carlos Augusto. "Eu ia despachar com a governadora e ela dizia que a parte política eu conversasse com o marido dela. Tentava falar com o marido dela, mas eu passava três meses e não conseguia falar com ele", disse.
Outro fato relatado pelo vice-governador foi que antes mesmo de assumir o PSD, ele vinha percebendo que estava sendo deixado de lado pela governadora. "Eu achava aquilo estranho. Sou observador e percebia porque ela foi a Brasília por três ou quatro vezes discutir assuntos da minha Secretaria, mas não me convidava. Eu fui o único secretário que entreguei um plano para quatro anos da gestão", contou.
PAULO DE TARSO
A reportagem fez contato telefônico com Paulo de Tarso Fernandes, mas o telefone celular dele estava desligado.

Criação do PSD no Rio Grande do Norte deu início ao imbróglio entre os dois 
Um dos fatores que levaram a crise política entre Rosalba e Robinson foi a criação do PSD. Em fevereiro, o vice-governador, após viagem a São Paulo, anunciou que estava trazendo o partido do prefeito paulistano Gilberto Kassab para o Rio Grande do Norte.
Desde que surgiram as primeiras informações de que a legenda seria fundada, especulava-se que a agremiação, uma dissidência do DEM para se aproximar do governo Dilma Rousseff, seria entregue a Rosalba.
No entanto, Robinson foi mais rápido e fechou questão para a fundação da nova legenda. Isso deixou o rosalbismo incomodado como relatou o próprio vice-governador: "O governo patrulhava o PSD. Quem dizia que iria para o PSD era chamado pela governadora ou pelos secretários dela e ofereciam até partido adversário, mas diziam que não poderiam ir para o PSD. Montaram um gueto de intrigas. O que queriam eram os meus espaços no governo. Foi montado tudo isso por pessoas que logo vão mostrar quem são".
Ele também não poupou o PMDB a quem pelas palavras de Robinson tende a ocupar os espaços deixados pelo PSD."Que história é essa? O PMDB é muito maior que o PSD e será que vão dizer que é emparedamento do governo?", frisou.
Ao saber que não voltaria para a secretaria, Robinson disse se sentir humilhado 
O vice-governador Robinson Faria disse ter se sentido humilhado pela governadora Rosalba Ciarlini por não ter sido renomeado para o comando da Secretaria Estadual de Recursos Hídricos e Meio Ambiente após a chegada dela dos Estados Unidos.
É que como ele assumiu a titularidade do Executivo estadual precisou ser exonerado do cargo. O natural nessas situações é que após retornar o vice que acumula cargo no primeiro escalão seja nomeado mais uma vez.
Não foi o que aconteceu. O fato relatado com riqueza de detalhes pelo próprio Robinson: "Quando Paulo de Tarso levou para a governadora o documento para minha nomeação à Secretaria de Recursos Hídricos (quando Rosalba voltou da viagem), a governadora disse que Paulo procurasse o marido dela. Isso foi uma humilhação, quiseram mostrar uma superioridade como se o vice fosse uma figura simbólica e que só serviu para ajudar na eleição".
Ele disse ainda que sequer teve tempo de tocar projetos importantes na pasta e que nunca usou o cargo para tirar proveito pessoal. "Não fiz nada na Secretaria que pudessem dizer que sou oportunista. Minha consciência está tranquila", acrescentou.
Crise começou a se tornar pública a partir de evento em Mossoró 
A história do rompimento entre governadora e vice começou a se tornar pública na instalação do Governo do Estado em Mossoró em comemoração às festividades do 30 de setembro.
De público tudo parecia tranquilo, mas nos bastidores as coisas ferviam. Em jogo estava o futuro do PSD.
Estava em curso há vários dias uma operação política para desarticular o novo partido arquitetada por Carlos Augusto Rosado e pelo senador José Agripino com o aval da governadora Rosalba Ciarlini.
Também já estava definido quem ocuparia os espaços de Robinson: o PR e a parte do PMDB ligada ao deputado federal Henrique Alves que um mês antes havia sido convidado para integrar a base do governo.
Com a certeza de que teria o apoio do PMDB por inteiro começou a operação desmanche. Em Mossoró, o presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Motta, praticamente anunciou que seguiria no PMN. Com ele ficou no partido o deputado estadual Raimundo Fernandes, que assumiu a liderança do partido. O republicano Vivaldo Costa e o pessebista Gustavo Carvalho também desistiram do PSD. Robinson que esperava ter seis deputados terminou com dois.
Através da assessoria de imprensa, Rosalba trata com frieza rompimento 
A governadora Rosalba Ciarlini tratou com frieza as decisões de Paulo de Tarso Fernandes e Robinson Faria de deixarem a administração estadual.
Em um texto de apenas dois parágrafos enviado pela assessoria de imprensa do Governo do Estado, Rosalba afirmou que "recebeu com surpresa" o anúncio da saída do vice-governador Robinson Faria e do secretário-chefe de Gabinete Civil, Paulo de Tarso Fernandes.
O comentário da governadora sobre a saída de Robinson e Paulo de Tarso foi bastante resumido: "Lamento que eles tenham deixado o governo no momento em que estamos reconstruindo o Rio Grande do Norte".
O texto informa ainda que a governadora soube que perderia dois aliados pela mídia.
No segundo parágrafo, o material da assessoria de imprensa do governo, garante que Rosalba não havia recebido formalmente o pedido de exoneração do secretário Paulo de Tarso. O material informou que Rosalba iria anunciar o novo secretário-chefe do Gabinete Civil em algumas horas. O nome mais cotado era o do procurador-geral do Estado Miguel Josino. Sobre o novo titular da Secretaria de Recursos Hídricos nenhuma informação sobre prazos para o anúncio do substituto que pode ser Dâmocles Trinta, pessoa ligado ao deputado federal Henrique Alves.
Fonte: O Mossoroense

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

ZÉ JÚLIO GOVERNOU ANTÔNIO MARTINS ENTRE 2001/2008 E PODE SER CANDIDATO A PREFEITO EM 2012.

EX-PREFEITO DE ANTÔNIO MARTINS ENTRE O PERÍODO DE 2001 A 2008, TENDO SIDO CANDIDATO A DEPUTADO ESTADUAL EM 2010, QUANDO ALCANÇOU A PRIMEIRA SUPLÊNCIA DO PT, JOSÉ JÚLIO FALA AO RNPOLITICAEMDIA2012.




COMO ESTÁ HOJE, O POLÍTICO ZÉ JÚLIO?
Lhe digo que não estou melhor, por que não estou podendo atuar no município de Antônio Martins. Município este o qual tenho uma verdadeira adoração e que ajudei a construir, porém, hoje sinto-me distante, ausente do povo, já que somente visito-o periodicamente por duas vezes ao mês, diante da necessidade de ter que trabalhar como médico em outros municípios. No momento, não ocupo nenhum cargo eletivo, contudo, tenho sido solidário ao povo, sempre que sou procurado. Mas mesmo assim, tenho acompanhado todos os movimentos da política do Rio Grande do Norte e em especial de Antônio Martins, minha terra, pela qual tenho um intenso carinho.

A POLÍTICA EM ANTÔNIO MARTINS ESTÁ MUITO ACIRRADA, DIANTE DE DENÚNCIAS VINDAS DE UM LADO E OUTRO. QUAL A SUA ANÁLISE À CERCA DESTE ASSUNTO?

Lamento profundamente tudo isso que vem acontecendo no meu município. Sou médico, concursado pelo RN e sempre me destaquei por onde passei como profissional. Sempre fui determinado. Chegando a prefeitura de Antônio Martins, procurei ser obstinado, vocacionado e sempre defender os interesses da população, daqueles mais humildes, mais carentes, do meu povo em geral. Também, trabalhei para engrandecer o nome do nosso município, levando-o a ser conhecido em todo Rio Grande do Norte e no Brasil. Portanto, diante dos “temas” usados por blogs fantasmas, sem personagens, sem autores, cartas anônimas circulando na cidade, frutos de uma administração que amedronta e intima a população, o nosso povo não tem mais liberdade de expressar suas vontades, por receio dos constrangimentos impostos pela atual gestão, que prioriza propagar uma política suja e denegrir a imagem daqueles que verdadeiramente trabalharam em prol do engrandecimento de Antônio Martins, cidade esta que o mundo conheceu, com a administração que desenvolvemos entre 2001 e 2008, quando ficamos em primeiríssimo lugar no nosso estado e entre as 20 melhores gestões do Brasil, segundo a Caixa econômica federal e que depois em Dubai, o nosso projeto de transformação de Antônio Martins foi reconhecido como um dos 100 melhores do mundo.
Hoje vejo o momento triste e de total despreparo desta administração que aí está, que estimula o denuncismo, onde na grande verdade a vitrine e o alvo é a própria administração municipal.
O povo de Antônio Martins clama na verdade por resultados e ações efetivas que atendam a necessidade de suas famílias. Ao contrário de ver seus líderes sendo difamados com estratégias de confundir a opinião pública, tentando manchar a história viva de um homem que de fato dedicou toda sua vida em prol deste povo e deste município.

QUAL A SUA PARTICIPAÇÃO JUNTO AO PT, QUANDO DO ATO QUE CULMINOU COM A EXPULSÃO DO PREFEITO EDMILSON FERNANDES E MAIS SEIS VEREADORES DO PARTIDO DOS TRABALHADORES?

Nenhuma. Simplesmente eu estive na reunião que deflagrou a expulsão do prefeito Edmilson Fernandes de Amorim. Nesta reunião, estive presente, mas foi de uma forma unânime a aprovação da expulsão de Edmilson. Pelas atitudes do atual prefeito de Antônio Martins, essa expulsão foi premeditada, plantada pelo mesmo, para depois “seqüestrar” os vereadores que viriam a se filiarem ao partido ao qual ele haveria de se filiar. Foi verdadeiramente uma armação. Veja que uma carta foi entregue ao diretório estadual do PT, denunciando os próprios vereadores que cometeram infidelidade partidária. Naquela carta inclusa na defesa, quando na realidade o teor da mesma era clamando pela própria expulsão, ele dedurou os vereadores.

HOJE VOCÊ ESTÁ FILIADO AO PSD. NÃO FOI UMA INJUSTIÇA SUA PARA COM O PT, QUE DE ALGUMA FORMA COLABOROU PARA QUE VOCÊ DEIXASSE A SUA MARCA NA POLÍTICA ANTONIOMARTINENSE?

Não. Eu diria que eu fiz muito mais pelo PT do que o PT fez por mim. Algo em torno de 90% das ações desenvolvidas em Antônio Martins, foi fruto do meu mandato em parcerias com o governo estadual e principalmente com o governo federal. Foram ações executadas pelo município, através de programas implementados, emendas parlamentares, CEF e FUNASA. Na minha gestão, se tem alguém que realmente teve uma participação decisiva, foi a deputada federal Fátima Bezerra. Mas Fátima não manda no PT. Ela é apenas uma integrante do partido. Em suma: ajudei o PT muito mais que fui ajudado pelo partido, repito.
Um exemplo claro de que isso ocorreu, até bem recente. Nas eleições de 2008, o então candidato Zé Júlio, trabalhou pedindo votos para candidatos do Partido dos Trabalhadores. Já os candidatos do PT não pediram votos para Zé Júlio, com exceção da deputada Fátima Bezerra, que através de uma parceria política na região do alto e médio oeste, marcou presença em algumas reuniões e mobilizações. Desta forma, está claro que os 18.410 votos que obtive, foi fruto, em sua grandiosa maioria, do meu trabalho à frente da prefeitura de Antônio Martins, que repercutiu na região e no estado, aliado a apoios de algumas lideranças do Partido dos Trabalhadores, como exemplo, Dr. Salomão Gurgel, prefeito de Janduís e alguns vereadores e lideranças de outros partidos. Outra atitude que é uma demonstração clara que estive praticamente só na campanha, deu-se na preliminar que definiu se haveria ou não coligação com o PHS. Algo que é até curioso. A votação desta reunião teve como resultado final, 47 votos contra e 46 votos à favor. Só que eu e a vereadora de Rafael Fernandes, Lívia Sonalle chegamos 20 minutos atrasados e não pudemos pegar um crachá que era o “passaporte” para ter direito ao voto. Estes dois votos teriam modificado o resultado e a coligação teria sido aprovada. Com essa coligação com o PHS, eu, José Júlio seria hoje deputado estadual pelo estado do Rio Grande do Norte. É por isso que entendo e provo que quem me derrotou não foram as urnas e sim dois crachás. Não faltaram votos. Faltaram crachás. O mais interessante, ainda, é que eu discursei na reunião, mas no momento de votar, eu e a vereadora Lívia, fomos “barrados” pela falta do tal crachá. Essa norma interna, essa burocracia criada pelos petistas para prejudicar o próprio partido, foi o parâmetro entre minha vitória e minha derrota nas eleições de 2010. São coisas que não dar para entender. Só mesmo no Partido dos Trabalhadores para ocorrer um fato deste tipo. Fui vítima de um corporativismo nos últimos 20 dias de campanha, onde a campanha de Mineiro foi priorizada. O próprio candidato a deputado estadual, à época, Glauco, que ficou na segunda suplência, tentou falar comigo para apoiar-me, por não compactuar da ideia de priorização da campanha do então deputado. E teve mais: depois da queda, coice, pois quando o prefeito de Antônio Martins, mudou o apoio para o DEM, um importante emissário do PT, veio de Brasília, com o objetivo de priorizar a reeleição de Fernando Mineiro, junto a cúpula do PT, em detrimento das demais candidaturas.
Quero neste instante, afirmar sem nenhuma dúvida, que o hoje detentor do mandato na assembléia legislativa foi eleito com votos do candidato Zé Júlio e dos demais candidatos, pois sem a nossa participação, ele seria hoje um ex-deputado estadual. Por essas e outras, afirmo conscientemente que o PT deve muito mais a Zé Júlio, que Zé Júlio deve ao PT.

O QUE LHE LEVOU A FILIAR-SE AO PSD?

Por ser um partido novo, com novas idéias, novos horizontes, sem caciques, onde também me sinto coadjuvante e também responsável por sua fundação, sob a liderança de um dos políticos mais conceituados na atualidade, o vice-governador Robinson Faria, que ao longo de sua vida pública é uma referência de homem público no nosso estado.

O QUE VOCÊ ACHA DA FIDELIDADE PARTIDÁRIA?

Entendo que a fidelidade partidária é importante para o processo político-partidário. Porém, a fidelidade partidária no Brasil, na prática nunca acontecerá se não for feita uma reforma profunda na Constituição Federal, aprovando uma PEC, acabando com as emendas parlamentares, que servem de instrumentos que estimulam a infidelidade partidária, onde os prefeitos passam a ser cobrados a apoiar o autor da emenda parlamentar, independente de que partido ele seja filiado. O orçamento geral da união, impositivo por força de lei, onde as verbas seriam repassadas para os municípios, pelo governo federal, seria a solução para pôr fim a este modelo em vigor, além da aprovação de financiamento público de campanha para equilibrar as disputas eleitorais. O que existe na verdade com este modelo que aí está, é fidelidade política e não partidária.

A DEPUTADA FÁTIMA BEZERRA DISSE EM ENTREVISTA EXCLUSIVA A ESTE BLOG, QUE MUITO A ORGULHARIA EM TER VOCÊ COMO CANDIDATO A PREFEITO EM 2012, PELO PARTIDO DOS TRABALHADORES. VOCÊ SERÁ CANDIDATO A PREFEITO PELO PSD, NO ANO VINDOURO?

Quero externar meu respeito e admiração por esta grande parlamentar do Rio Grande do Norte. Aprendi com ela e fiz uma boa parceria na última campanha estadual, porém, o Partido dos Trabalhadores não foi coerente comigo para que continuasse filiado e me tornasse candidato a prefeito de Antônio Martins por esta sigla. Não tive o apoio que merecia, nem antes, nem depois do pleito de 2010. O desprezo e o isolamento me fizeram distanciar do PT. Guardo uma profunda mágoa de ter visto o sonho de tanta gente ser execrado por uma reunião de dirigentes do Partido dos Trabalhadores que votaram contra uma coligação que me elegeria deputado estadual, onde eu próprio não tive o direito de votar à favor daquela aliança que me daria a eleição. Em seguida, veio o discurso do consolo de que os suplentes seriam prestigiados, ocupando espaços importantes no governo federal. Após o resultado da eleição esse compromisso foi esquecido e os 18.410 eleitores que com certeza esperavam uma atenção do partido para comigo, para prestar um serviço à região e ao Rio Grande do Norte, viram este sonho desabar.
Recentemente, fui convidado por líderes do PSD, Dr. Galeno, prefeito de São Miguel; deputado federal Fábio Faria e o vice-governador Robinson Faria, para um encontro no qual me convenceram a assumir a presidência do PSD em meu município e pelo qual me coloco como pré-candidato a prefeito do meu querido Antônio Martins.

EM SEUS GOVERNOS, A EMPRESA DE ABASTECIMENTO D’ÁGUA (SAAE), FOI PRIVATIZADA. QUAL O DESTINO DO DINHEIRO DESTE ÓRGÃO?

O SAAE era um sistema deficitário, sem material humano capaz, sem técnicos que pudessem executar um serviço de qualidade. Era totalmente defasado. Portanto, tivemos a iniciativa de privatizá-lo perante a CAERN, onde recebemos não só um determinado valor por esta transação, como melhorou muito o abastecimento d’água do município. Com relação aos recursos recebidos pela privatização, foram todos aplicados em melhoria de infra-estrutura; educação; saúde; obras ligadas a prática esportiva; pavimentação e outras áreas que trouxeram grandes benefícios para nossa população. Estes recursos foram prestados contas junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE).
A privatização do SAAE foi um grande avanço para o município. Hoje, com a carência d’água em Antônio Martins, a CAERN disponibilizou dois carros pipas para abastecer a população. Sabemos que é pouco, mas o que tem feito a administração municipal com relação a isso? Caberia ao prefeito, em forma de contra-partida, colocar quatro ou cinco carros pipas para ajudar a suprir esta necessidade que é uma das mais primordiais para a população.

É PÚBLICO E NOTÓRIO QUE NAS SUAS GESTÕES, ANTÔNIO MARTINS CRESCEU NA ÁREA TURÍSTICA. ESTE CRESCIMENTO DEIXOU DÉBITOS?

Não. Na verdade existe um débito do governo federal para com o município, no valor de aproximadamente R$ 220.000,00 (duzentos e vinte mil reais), já que a obra foi executada e o recurso não foi repassado. Não há nenhum débito junto a nenhuma instituição. Tudo foi devidamente prestado conta. Obras muito bem acabadas, concluídas. Porém, algumas obras infelizmente não foram dada sequência e muito menos inaugurada pela atual gestão. Certamente por falta de prioridade com a coisa pública e com a coletividade. É lamentável. Isso não é denuncismo. São fatos claros e evidentes. As obras que deixei até 2008, nenhuma foi acabada até hoje, como as praças; adutoras; reformas e construção de banheiros; a iluminação do estádio de futebol, cujo orçamento está disponível na Caixa Econômica Federal; estrada e urbanização de acesso da BR 226 ao mirante com o pórtico de boas vindas; a escola de ensino infantil que é um convênio empenhado em 2006 e verba liberada em 2009 e até agora está paralisada, enquanto crianças estudam sem nenhum conforto; obras de pavimentação inacabadas, enfim, as obras que eu entreguei a gestão seguinte ou estão paralisadas ou não iniciadas.
Gostaria que alguém me mostrasse qual foi uma única obra conveniada e inaugurada neste mandato. E das obras de 2009 que marcam o início do atual governo, poucas obras conveniadas pelo atual mandato, algumas foram iniciadas, porém não concluídas. Apenas umas casas do programa minha casa, minha vida que foram iniciadas, mas ainda estão inacabadas. São casas de um programa do governo federal, onde o município foi contemplado e ainda não há a menor condição de serem habitadas. As casas foram iniciadas em uma área nobre da cidade, mas não tem saneamento d’água; calçamento; luz elétrica e para ter condição de ser habitadas, é necessário que a prefeitura conclua todas as obras de infra estrutura. Assim, não posso considerar como pronta uma obra nestes termos. Lamento que a paralisação destas obras, permitiu a falta de oportunidade de trabalho para operários da construção civil do nosso município, prejudicando todas estas famílias.

O ATUAL PREFEITO FOI IMENSAMENTE CRITICADO, POR TER PAGO PROFESSORES COM CHEQUES SEM PROVIMENTOS DE FUNDOS. COMO EX-GESTOR, QUAL SUA ANÁLISE À CERCA DISSO?

Infelizmente, quero dizer ao povo de Antônio Martins, que o prefeito, depois do descontrole das finanças públicas, passou a atrasar o pagamento dos professores. Professores estes que devem receber pagamento do FUNDEB e que não podem receber depois do dia 30 ou 31 de cada mês e onde parte dos professores vem recebendo seus vencimentos dia 20 do mês sub-sequente. O que é inadmissível. O prefeito é advogado, conhecedor das leis e sabe que isso não pode ocorrer. Isso é a conseqüência de um governo desequilibrado. Desde que o atual prefeito rompeu publicamente com Zé Júlio, a prefeitura se encontra em situação financeira extremamente delicada. Portanto, aquela justificativa de pedir uma auditoria na conta da prefeitura, deveria ser pedida nas contas da prefeitura, por que não é só de uma conta que está voltando cheques sem fundos. São praticamente todas as contas da prefeitura de Antônio Martins. É um exemplo de uma administração desorganizada, desestruturada financeiramente, onde a prioridade é o individual. Hoje vemos um prefeito priorizando um projeto político em detrimento de uma administração voltada para atender os anseios da coletividade. A conseqüência de tudo isso é o orçamento estourado e a emissão de cheques sem fundo para tentar honrar os compromissos da prefeitura. É necessário administrar e depois que se veja o projeto político. A prova é uma festa inteiramente fora de época, quando se pagará R$ 90.000,00 (noventa mil reais) para que Raça Negra se apresente, quando sabemos que não existe dinheiro do governo federal liberado até a data deste evento. Será que terá ao menos água para o povo tomar banho para assistir este show. São ações fantasiosas como esta, que afundam a cada dia a gestão de Antônio Martins, mentalizadas por alguns que trabalham com o intuito de agradar o patrão que é candidato a prefeito em 2012.
Podem até me responsabilizar por ter apoiado Edmilson Fernandes. Mas semelhante a toda população, estou decepcionado com o que é a gestão administrativa de minha cidade nos dias atuais.

QUANDO PREFEITO, HOUVE ALGUMA EMISSÃO DE CHEQUE SEM FUNDOS EMITIDO POR SUA GESTÃO?

Como toda empresa, que trabalha com muita gente, isso pode ter acontecido. Mas se aconteceu não foi de forma premeditada e eu corrigi imediatamente. O que vale é a intenção e como se deu a emissão destes cheques. Agora na dimensão que tomou os cheques da prefeitura de Antônio Martins recentemente, jamais. Segundo a impressa regional, a atual gestão chegou a pedir a um único comerciante que segurasse cheques que totalizavam entre R$ 40.000,00 e 50.000,00 mil reais pagos aos funcionários. Isso é algo inacreditável, mas aconteceu no nosso município.

FAZENDO UMA COMPARAÇÃO ENTRE A SUA GESTÃO E A DO ATUAL PREFEITO, QUAIS OS PONTOS QUE VOCÊ CONFRONTARIA?

A minha gestão entre 2001 e 2008, foi iniciada por um diagnóstico das principais carências e necessidades da população. Em virtude das inúmeras deficiências, fizemos um planejamento para transformar o nosso município e melhorar a vida de nossa população. Priorizei a geração de emprego e renda, ampliando e implantando diversos programas sociais e buscando obras de construção civil para oferecer trabalho a população; valorizando o servidor público municipal; desenvolvendo políticas voltadas para a infra-estrutura urbana e rural; programas habitacionais que beneficiaram aproximadamente 1.500 famílias; obras de urbanização, recreação e lazer; saneamento d’água em praticamente todas as comunidades rurais e ampliação deste serviço em novos bairros da cidade; priorização da assistência a saúde pública; investimentos na área de educação e democratização da gestão pública. O município que no passado era marcado pela pobreza, com as parcerias implementadas e os avanços alcançados, houve um reconhecimento da nossa população, o que credenciou o município a ser reconhecido nacionalmente pela CEF em gestão pública, fruto de muita determinação e obstinação de um prefeito que sempre priorizou as melhorias para o nosso povo. O resultado do conjunto de todas as ações desenvolvidas no nosso mandato, culminou para um fato histórico na política de Antônio Martins: a candidatura única a prefeito de Edmilson Fernandes, graças a todo este trabalho desenvolvido ao longo da minha gestão que contou com a participação de bons assessores e uma saudável convivência com o vice-prefeito, professor Davi; com o poder legislativo e com um grande apoio popular. O desafio, ao meu ver para o novo prefeito seria a conservação do patrimônio público; avançar em políticas públicas voltadas para a geração de emprego e renda; dar continuidade as obras de infra-estrutura que foram deixadas para o novo mandato e principalmente cuidar do bem-estar das nossas famílias. Infelizmente muito pouco foi feito até agora, por que o prefeito incentivou os gastos públicos, priorizando um projeto político, ao invés de administrar para a coletividade.

DOS VEREADORES QUE FORAM EXPULSOS DO PT, VOCÊ TEM ESPERANÇA DE TER AINDA O APOIO DELES?

Eu nunca cobrei posição política de quem quer que seja. Claro, articulei-me por que tenho humildade de reconhecer que é necessário ter o apoio de líderes que têm serviços prestados. Isso não só com aqueles que são detentores de mandatos, mas com outros também. Não sou de querer impor, colocar políticos históricos contra a parede. Não há por que humilhar ou fazer pressão política contra ninguém. Vamos aguardar os acontecimentos e apenas assistir em que a gestão municipal melhorará. Depois, com o aproximar da campanha propriamente dita, cada um fará uma ampla reflexão e tomará a decisão que melhor lhe covinher. Se hoje, pleiteando uma reeleição, o prefeito comporta-se desta forma, como se comportará quando nada mais almejar? Quando não puder ser candidato novamente.
Mais uma vez, quero expressar meu repúdio ao modo ditadorial que foi implantado pelo prefeito Edmilson Fernandes. Solidarizo-me com os servidores públicos que são usados e intimidados para participar de encontros políticos fora de época e pressionados para fazer filiações partidárias contra a vontade deles em detrimento de não sofrerem perseguições. O povo precisa de liberdade e até isso está sendo castrado na nossa tão querida Antônio Martins.

COMO VOCÊ AVALIA A POSIÇÃO DE:


CIRIACO:

Eu não posso fazer os elogios aos quais Ciriaco é merecedor, por que pode o prefeito querer impor também restrinções ao meu amigo. Ciriaco é muito inteligente e um grande observador político. Sendo assim, irá analisar e se pronunciar. É um verdadeiro porta-voz da população antoniomartinense. Mas de uma coisa tenham certeza: Ciriaco é homem o suficiente para expressar suas opiniões e decidir onde haverá de está em 2012. Assim como dizer a quem quer que seja, se algo está certo ou errado. É uma liderança nata e ponto de equilíbrio de qualquer campanha.

EDMILSON DE VENIR:

Um homem íntegro, que como Ciriaco tem cheiro de povo. Deu uma demonstração clara de independência e com certeza estará conosco no embate de 07 de outubro de 2012. A fundação de um partido evidencia esta independência. Será muito importante no processo eleitoral.

ENTÃO VOCÊ SERÁ CANDIDATO A PREFEITO DE ANTÔNIO MARTINS EM 2012?

Estou realizando visitas e ouvindo o povo. Atualmente trabalho 26 dias por mês e nas minhas folgas, que são de quatro dias apenas, prefiro está ao lado dos meus irmãos antoniomartinenses. E é esse povo que haverá de decidir os rumos de Zé Júlio na política, por que esse mesmo povo elege e derrota. A traição que fui vítima, traição essa patrocinada por Edmilson Fernandes de Amorim, foi a maior decepção que eu já tive. Para se ter uma ideia, quando acabou a campanha de 2010, o atual prefeito planejou dois processos contra minha pessoa, com o interesse de tornar-me inelegível. Essas coisas não são apagáveis. E isso é um dos motivos que a cada dia tem contribuído para que eu trabalhe para restaurar a democracia em Antônio Martins.
Eu enfrentei duas campanhas municipais: em 2000 contra Dr. Francisco Jácome de Mesquita e em 2004 contra Dr. Francisco Fernandes. Dois candidatos que fizeram duas campanhas decentes e elegantes e eu retribuí à altura.
Sou vítima de uma campanha maldosa e difamatória, onde me chamam de irresponsável a toda hora, de forma ingrata, pois não merecia receber esse tratamento de pessoas que dei a mão e oportunidades a elas. Devo, é verdade, mas estou trabalhando e pagando meus débitos. Pagando, ressalto, com o meu trabalho. Saliento que as contas que estou saldando não foram contraídas em benefício próprio.

CASO VOCÊ SEJA CANDIDATO A PREFEITO EM 2012, EXISTEM NOMES FAVORITOS PARA VICE-PREFEITO?

Certamente, no nosso grupo político existirão vários nomes capazes de integrar a chapa como vice-prefeito. Porém, essa escolha se dará no momento oportuno, quando o povo e as lideranças políticas serão ouvidas para a formação de uma chapa forte e vitoriosa.

SENDO PRIMO E TER APOIADO EDMILSON FERNANDES PARA PREFEITO, O QUE VOCÊ DIRIA A ELE, CASO FOSSE CONSULTADO?

Infelizmente, não fui consultado pelo prefeito em nenhum momento para passar um pouco dos meus conhecimentos e da minha experiência. A auto-suficiência, a vaidade, a arrogância e a ciumeira política fizeram-no se distanciar de mim. Não tive nenhuma participação na atual administração, a não ser como médico no hospital Justino Ferreira durante os 18 primeiros meses de mandato. Se fosse consultado hoje, diria: cuide bem desse povo que clama por melhor assistência à saúde e se ver prejudicado pelas deficiências, principalmente do hospital municipal. Não cobre posições políticas daqueles que estão exigindo os seus direitos. Direitos estes que são deveres da prefeitura; conserve o patrimônio público ao invés de destruir e descaracterizar o que foi feito com tanto amor no meu mandato, como por exemplo: a uma semana vimos o desmatamento de 49 árvores adultas de fícus, que embelezavam a entrada da cidade, sendo um prejuízo irreparável para o nosso município e para o meio ambiente, sem nenhuma justificativa, apenas para mostrar casas populares ainda em construção; a descaracterização de um dos mais belos cartões postais do Rio Grande do Norte, o mirante e santuário São José, o qual vemos perder sua originalidade e seus equipamentos destruídos por ideias nocivas que não atendem o desejo da população; os prédios públicos mal conservados, desgastados pelo tempo, onde suas pinturas e fachadas ainda foram executadas na minha gestão.
Respeite a liberdade de expressão do nosso povo e tenha a humildade para agradecer a ele e a DEUS, pela oportunidade que lhe foi dada, por que a Zé Júlio você não precisa agradecer.

QUAL A MENSAGEM QUE VOCÊ DEIXA PARA A POPULAÇÃO DE ANTÔNIO MARTINS?

Uma mensagem de otimismo, de tranqüilidade, de esperança, de serenidade e de sabedoria para conviver com as adversidades. Pois, no momento que o mundo está acabando com as ditaduras, observamos aqui atitudes políticas autoritárias, que vão de encontro a democracia que o nosso povo merece. 
Fonte: rnpoliticaemdia2012.blogspot.com